sábado, 14 de setembro de 2019

FANFIC DE "A CULPA É DAS ESTRELAS" | MACHADO DE ASSIS

FAALA MACHADOS DE PLANTÃO!!!

Essa aqui é a nossa FANFIC, do livro "A culpa é das estrelas", que foi escrito por John Green.

Tenho certeza de que você já ouviu falar desse livro, ou já assistiu seu filme, mas legal mesmo é ter lido o livro.

E pra você aí que não leu e nem assistiu, aqui vai um pequeno resumo sobre essa incrível história:

"Hazel foi diagnosticada com câncer aos treze anos e agora, aos dezesseis, sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões. Ela sabe que sua doença é terminal e passa os dias vendo tevê e lendo Uma aflição imperial, livro cujo autor deixou muitas perguntas sem resposta. Essa era sua rotina até ela conhecer Augustus Waters, um jovem de dezessete anos que perdeu uma perna devido a um osteosarcoma, em um Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Como Hazel, Gus é inteligente, tem senso de humor e gosta de ironizar os clichês do mundo do câncer – a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas. Com a ajuda de uma instituição que se dedica a realizar o último desejo de crianças doentes, eles embarcam para Amsterdã para procurar Peter Van Houten, o autor de Uma aflição imperial, em busca das respostas que desejam.
Dois jovens em situações tão tristes e complicadas, vivendo um romance sincero, bonito e com muito bom humor e otimismo." (Resenhas a la carte)
Nossa FANFIC, traz o universo da vida de Hazel Grace, após o final do livro, como ela viveu nos próximos anos, o que ela pensava.
E sem mais delongas, vamos a história...

DEPOIS DAS ESTRELAS

Capítulo um

“E mesmo assim doía. A dor estava sempre presente, me puxando para dentro, exigindo ser sentida.”


Já faz dois anos que o Augustus Waters morreu, e desde então venho tentando sobreviver a esse câncer, que me mata a cada dia. Não vou dizer que não há um por cento de chance de que eu possa viver por mais tempo, mas simplesmente não consigo ver sentido em continuar vivendo sem o Gus ao meu lado, sem as suas metáforas  e suas ligações durante a noite.
Tudo mudou desde o enterro dele, e até hoje guardo aquela carta que o Peter Van Houten me entregou no pior dia da minha vida. Ele voltou a continuar o seu livro, Uma aflição imperial. Quando foi lançado fui a primeira a ganhar um exemplar autografado por ele. Quando li, fiquei surpresa ao saber que a nova história foi baseada no Gus e em mim, achei totalmente emocionante.
Todas as noites, me deito na grama do quintal para observar as estrelas e na esperança de ver o Gus entre elas. Mas tinha a sensação, de que quando o céu estava completamente coberto por estrelas, era o seu sorriso sendo revelado para mim. Me sinto sozinha ultimamente, e vejo meios de continuar combatendo o meu câncer. Meu corpo já não suporta mais tanta quimioterapia e tantos medicamentos, não quero mais viver assim, causando sofrimento aos meus pais, que fazem tudo para que eu continue vivendo. Mas eu já perdi essa guerra contra o câncer. Os médicos dizem que eu sou um milagre, por ter conseguido viver tanto tempo com essa doença e esses aparelhos, que só funcionaram em mim. 
Nesses últimos dois anos, consegui aproveitar um pouco do que me era possibilitado. Viajei outra vez para Amsterdã, onde tinha vivido minha única viagem com Augustus, mas não quis estragar o momento com meus pais ficando triste e relembrando todos os momentos que passei com ele lá.
Foi um pouco difícil convencer os meus médicos no começo, já que eles não me queriam de nenhuma maneira me liberar para viaja, mas como houve uma melhora no meu diagnóstico, tudo deu certo.
O problema estava na volta pra casa, meu estado piorou. Sentia dores por tudo corpo e cada vez mais falta de ar. O câncer me atacava impiedosamente, quebrando minhas expectativas e destruindo o meu corpo. Os meus médicos descobriram o avanço no estagio do câncer.
Não havia muito o que fazer, eu estava morrendo pouco a pouco. E nada podia me salvar. Eu realmente sou uma granada a ponto de explodir a qualquer instante, podendo cada suspiro ser o último.
Odeio câncer. Odeia não poder respirar sozinha. Odeio ver meus pais sofrendo. E odeio não ter o Augustus comigo.
Eu precisava superar sua morte, pois eu ainda estava viva, mesmo que a data da minha validade estava acabando.

Capítulo dois


Sentada na minha cama, limpei as lágrimas com a manga do casaco e me levantei, carregando comigo o cilindro de oxigênio. Ir do quarto até a cozinha me cobrou um pouco de esforço, mas já estava acostumada a isso, já fazia parte da minha rotina lidar com esse tipo de situação. 
Fui em direção ao jardim, arrastando o cilindro junto. O céu estava perfeito, e por incrível que pareça, me sentia muito bem, me sentia viva e um pouco mais disposta. Podia sentir a presença do Augustus. Todas as noites de  céu estrelado era assim, e eu gostava de senti-lo, pois sabia  que não estava sozinha naquele quintal, olhando as estrelas.
Fiquei ali na grama, deitada por um tempo, relembrando cada momento que passei ao lado do Gus. Apenas ele tinha me mostrado o sentido da vida, pois, para ele eu era apenas Hazel Grace, e não a garota com câncer. Depois de tanto tempo enfrentando o câncer, ele fez meus esforços valerem a pena. Mas agora, sinceramente eu só vivo porque o câncer não me matou ainda.
— Gus —disse, olhando para as estrelas acima de mim, fazendo recordar da nossa história.— Eu sinto tanto a sua falta. Você era o único que me motivava a ser forte, mas agora eu...  não sei mas como continuar sem você. Eu sei que não demorará muito para voltar a te encontrar, mas eu queria que houvesse uma maneira de voltar a viver como vivi ao seu lado, porem não sou tão otimista quanto você costumava ser. Eu sou fraca. O nosso conjunto de números infinitos foi pouco, mas suficiente para me fazer feliz durante um bom tempo. Obrigado por termos vivido uma breve, mas infinita eternidade. Espero que você saiba que mesmo estando distante, em algum lugar nas constelações, nada vai mudar o que sinto por você. Okay?
O silêncio tomou conta de mim, fazendo-me chorar de tamanha saudade. Depois de um tempo percebo que não estou com lágrimas escorrendo, estou soluçando, num choro profundo, em algo que sei que não acabará tão cedo dentro de mim, é algo que só eu sei como é, é uma dor que irei carregar sempre comigo, pois minhas esperanças já estão chegando ao fim.
—Hazel? — disse minha mãe na soleira da porta, interrompendo os meus pensamentos.
— Oi, mãe — disse enxugando as lágrimas.
— Você está bem? Aconteceu alguma coisa?
— Sim, mãe. Eu estou bem, não aconteceu nada. — disse, mas percebi que minha voz estava distante, Hazel. Vejo pelos seus olhos que andou chorando.
— Tá tudo bem — falei tentando parecer calma, o que não funcionava.
— Você sabe que eu te amo, só quero o seu bem.
— Eu sei mãe. Nunca duvidei disso. Só que o Augustus faz muita falta, e não consigo me esquecer dele, não me peça isso.
— Eu nunca pediria algo assim a você.
Levantei da grama e sacudi minha calça, que estava meio suja. De repente, me senti tonta, com uma forte dor no peito.
— Não, mãe. Eu não quis... —não consegui terminar de falar, pois nesse exato momento, foi coberta por um véu de escuridão.

Capítulo três


— Hazel, querida! Tenta não dormir.
Eu estava deitada com os olhos entreabertos, havia luzes no teto. Pelo que eu via, estávamos no hospital, e eu não conseguia manter meus olhos abertos. Me levaram até uma sala e colocaram uns aparelhos em meu rosto. Minha respiração estava falhando, e meu fôlego estava sumindo, mas com os aparelhos o oxigênio continuava entrando, me fazendo respirar. Meu corpo todo doía, e o meu coração batia mais fraco que o normal.
Os médicos aplicaram remédios em mim, que fizeram com que a dor fosse aliviando aos poucos. Senti uma mão segurando a minha, e, mais uma vez fui tomada pela escuridão.

***

Abri os olhos devagar, me acostumando com a claridade da luz, quando consegui abrir por completo tudo estava embaçado, porém, aos poucos, minha visão foi melhorando, me sentia fraca e cansada, com a boca seca e dores por todo corpo. Meu coração batia lentamente, pior do que as outras vezes, era algo agonizante e até mesmo assustador.
—  Hazel? Filha, você está bem? Sente alguma dor? Virei-me para o lado e encontrei os olhos da minha mãe sobre mim.
— Mãe, eu... eu  sinto dores por todo o meu corpo. Está doendo muito.— Disse quase que sussurrando.
— Vai ficar tudo bem querida, logo eles te darão alta.— Vi uma lágrima descer pelo o seu rosto, ela estava chorando por minha causa.
— Mãe, por favor, não chore. Eu não suporto vê-la assim, já é demais eu causar tanto sofrimento a você e ao meu pai, não quero que a minha única lembrança de vocês seja essa. Eu preciso que vocês fortes e me demonstrem confiantes e encorajados para com minha doença, pois já não aguento mais continuar.
—Não diga isso filha!
—Essa é a verdade mãe. Não suporto mais viver desse jeito, e a única pessoa que me fazia querer prosseguir já não está mais aqui, minhas esperanças já se esgotaram, acho que é hora de desistir dessa guerra, pois a luta já acabou e o câncer já me venceu.
Senti as lágrimas escorrerem pelo o meu rosto, causando ainda mais dor à ela, vendo a filha desistindo de viver.
—Eu não queria que fosse dessa maneira — disse a minha mãe segurando a minha mão delicadamente.
—Eu irei ficar bem - disse ela sorrindo, se existe um paraíso, viverei por lá, não mais sentirei essas malditas dores e estarei ao lado meu grande amor, o Augusto.
— Mas meu amor —disse minha mãe — você não irá morrer, eu e seu pai não deixaremos que isso aconteça.
— Mãe, perdoe-me, mas não quero que faça nada, apenas que deixe-me ir.
— Filha, eu preciso de você, não se entregue tão rápido — ela agarrava a minha mão com força, como se ela pudesse me segurar com suas próprias mãos. Encostou sua testa na minha e permitiu que o choro finalmente viesse.
— Eu te amarei eternamente, minha mãe.
— Eu também te amo minha filha! — acariciei seus cabelos no intuito de acalma - lá, nem nas minha outras internações vi minha mãe tão frágil como agora, e o fato de vê-la assim apertava ainda mais meu coração, que procurava de alguma forma tentar confortá-la.
—Não fique assim  mãe, uma hora ou outra a senhora sabia que isso viria à acontecer, não há nada que possamos fazer para impedir.
— Eu sei, mas não esperava que fosse tão rápido
— O problema da dor, já que ela precisa ser sentida, eu já não suporto mais. Espero que não fique magoada comigo.
— Eu nunca iria ficar magoada com você. Nunca.— Com uma voz de choro me dizia - Eu apenas tenho medo de te... te perder...
— Shiiii!!! Calma, eu estou bem. Mesmo que eu não resista eu vou partir tranquila, porque tive os melhores pais do mundo, obrigada por cuidarem tão bem de mim. Eu amo vocês para todo o sempre — Ficamos em silêncio apenas aproveitando a companhia uma da outra e o restante de tempo que tínhamos para estar juntas.
Em seguida uma enfermeira entrou avisando minha mãe que o horário de visita já havia acabado e que eu precisava repousar.
Minha mãe estava com um semblante triste e preocupado, tentou não demonstrar, porém eu já tinha percebido. Antes de sair, ela me deu um beijo na testa e disse que tudo iria ficar bem - o que não era verdade, eu estava longe de ficar bem outra vez. Mais tarde um médico veio me examinar, já dizendo que eu iria ficar internada por mais uns dias. Hospital nunca fora o melhor lugar, mas infelizmente nunca tive outra escolha. O restante da noite não conseguir dormir bem, pois as dores vinham muito intensas, os medicamentos já não paliavam mais a dor. Quando adormeci, sonhei com o Augustus. Estávamos no mesmo banco em Amsterdã, olhando fixamente para o lago. Ele usava a mesma jaqueta daquele dia e continuava com aquele cigarro entre os lábios. Estava lindo como sempre.
—Gus, sabe aquele seu maior medo? Não precisava se preocupar com isso, você jamais será esquecido por mim, sei que meu tempo aqui é curto, mas sei que minha eternidade pode continuar a existir, com você do meu lado. Eu estou indo ao seu encontro meu amor, posso sentir isso.
—Eu irei te esperar meu amor, para vivermos juntos eternamente. Eu te amo, okay?
— Eu também, com todas as forças que ainda me restam — Ouvi o barulho dos ventos percorrer os galhos das árvores, naquele momento senti-me em paz.


Capítulo quatro


Eu acordei com muita dor que queimava os pulmões. Parecia que tinha chegado a minha hora. Eu estava morrendo. Eu gritava pelos meus pais, mas eles não apareceram. Gritei outra vez, só que mais alto, até que os médicos apareceram. Eles puseram em uma maca e me levaram para uma outra sala, ao que parecia sem UTI. A minha situação estava mesmo grave. Eles começaram a drogar com remédios e analgésicos, mas não sentia efeito algum, ainda estava com aquela dor indescritível, fazendo com que surgisse lagrimas em meus olhos, durante aquele sofrimento em que eu estava passando. Até que então, senti minhas pálpebras ficaram pesadas e o meu corpo ficando cada vez mais leve. Adormeci do mesmo modo que tinha me apaixonado pelo Augustus. Gradativamente e de repente, de uma hora para outra.
            A visão que eu tive ao acordar não foi uma das melhores. Eu estava praticamente ligada a mais ou menos uma dúzia de aparelhos, que me ajudaram a respirar e a tirar o provável liquido dos meus pulmões.
            Minha vida agora estava totalmente uma porcaria, principalmente por ser dependente de todas aquelas máquinas. Não era muito confortável por estar um tubo instalado na minha garganta. Depois de uns minutos, um médico chamado Thomaz veio me perguntar se sentia alguma dor, mas apenas acenei que não, já que não tinha como falar. Ele então, me explicou minha situação, e que não tinha nada de surpreendente. Ele disse que a dor tinha sido causada pelo liquido que tinha se acumulado em meus pulmões, e que não foi nenhuma surpresa, eu praticamente vivia com isso, mas senti que não era só o que ele tinha me dito, tinha algo mais, mas o médico não disse nada mais do que eu já sabia. Por causa dos novos tumores, precisava fazer mais uma cirurgia, para que fossem retirados, e que seria daqui a três dias, o que queria dizer que eu teria que ficar mais alguns dias nessa droga de hospital, apenas olhando para o teto, sem nada para fazer nesse meio tempo que ficaria aqui. Após ter me contado tudo de que eu deveria saber, ele saiu, deixando-me sozinha e impotente naquele quarto. Não era nada de extraordinário passar por uma cirurgia. Desde que descobriram meu câncer, eu tinha que passar por muitas, e a partir de então, eu já tinha me acostumado com coisas como essa. Mas eu estava preparada para passar por isso de novo, eu não me sentia bem em saber que eles iam olhar dentro de mim outra vez, remexer por dentro do meu corpo, a procura desses tumores. Era algo difícil de engolir, toda a minha coragem que tinha carregado durante todos esses anos, parecia que tinha sido levado junto com Augustus.
            Ao pensar nele, me lembrei daquela vez que ele me chamou para ir a sua casa assistir ao filme da vingança. Okay. Ele meio que mexeu comigo naquele dia, o que tinha sido algo totalmente novo, já que nenhum garoto me excitado como ele, o que para mim, era uma total loucura. Lembro-me do seu sorriso sincero e de sua metáfora com as coisas do cigarro na boca, e principalmente quando ele pegou minha mão quando estávamos no porão de sua casa, a não parou até chegarmos a escadas ao sairmos. Eu gostei dele por completo, e quando ele me chamava Hazel Grace, era algo que realmente mexia com meu subconsciente. Lembrar-me dele não estava sendo tão doloroso como era antes, mas ainda era uma ferida profunda, que ainda se cicatrizando, e que precisava de tempo para se curar totalmente e tempo não era algo que eu tinha.
            Ficar sozinha dentro de um quarto de UTI, não era um bom lugar para se passar vinte e quatro horas por dia, sem a companhia dos meus pais, já que eu não pudesse receber nenhum tipo de visita e por correr o rico de pegar algum tipo de infecção. Eu queria ver os meus pais, pelo menos uma única vez, eu não tinha certeza de que não estava muito bem, e a qualquer hora, o meu coração poderia muito bem parar, e eu morrer sem ao menos me despedir deles. Eu era uma granada e o medo de explodir e acabar com todo mundo que torcia por mim, fazia com que tudo ficasse pior. Tudo que eu conseguia pensar era em meus pais, que sofreriam ainda mais por mim, e não ter chance de me despedi deles, me deixava cada vez pior. Às vezes, fico me perguntando, se alguns infinitos são maiores que os outros, e como eu queria que o meu pudesse ter mais números. Mas tive a sorte de viver no pequeno infinito do Augusto, mesmo que quisesse que ele, tivesse mais números do que eu provavelmente iria ter. Assim com ele, eu também tinha medo de ser esquecida, mas sabia que não iria, pois viveria na memória de todas aquelas pessoas que lutaram junto comigo contra o meu câncer, e saber disso, já me bastava.
            A vida não e como desejamos, um dia ela acaba e não há nada que se possa fazer para mudar o que já está escrito nas estrelas. Pois e necessário ter um fim, a final, o que vence do início e do meio se não existisse o fim. O que importa, é saber aproveitar cada momento como se fosse o último, e não desistir tão fácil da vida, ao menos que ela seja como a minha vida que depende de uma droga de remédio para se manter viva, sem controle algum sobre ela. Alguns minutos se passaram até que uma enfermeira apareceu, para me dar os remédios, onde logo depois, cai em um mais profundo sono.
            Na manhã seguinte, acordei muito cansada, e com uma dor na cabeça, insuportável. Parecia que os remédios que eu estava tomando não fizeram efeito algum, eu ainda sentia dores, e a minha respiração não estava muito bem, mas com a ajuda dos tubos de oxigênio, consegui recuperar o fôlego. Apertei o botão para chamar a enfermeira, que apareceu logo em instantes.
            —Aconteceu algo? Você sente alguma dor? —Pergunta preocupada. Apenas assenti com a cabeça. Espere um instante, irei pagar o seu remédio. Não demorou muito para que ela voltasse o analgésico, mas quando ela aplicou, não aconteceu nada, ainda continuava na mesma, sentindo dores. Até que mais tarde, o médico veio me dar a notícia de que o falanxifor  não estava mais fazendo efeito, a única coisa que eu realmente precisava e que ainda me mantinha viva. Sem ele os meus tumores continuariam a crescer, eu não tinha tanta chance dessa vez. Eu poderia morrer a qualquer momento, e saber disso, foi como se uma bomba e tivesse prestes a explodir em meu colo. Em alguns gestos, consegui com que ela retirasse aquele tubo de minha garganta para que eu pudesse falar. Mesmo com dificuldade, consegui formar uma frase.
            — Eu ... quero ver os ... meus pais
            — Você não pode receber visita ainda Hazel.
— Eu não me importo ... eu já estou morrendo, então não tente me convencer do contrário. Ela apenas assistiu, e logo saiu.
            Depois disso comecei a me sentir cansada outra vez.
            Mas fiquei acordada até um tempo, quando os maus pais apareceram chorando, me dando vários beijos. Tentei me erguer para abraçar os dois, mas tudo em mim doeu quando fiz esforço, então desisti, mas meus pais perceberam, então eles apenas seguraram a minha mão com força.
            —Eu senti falta de vocês, eu os amo muito. Por favor nunca esqueçam disso.
            —Nós jamais esqueceremos querida, nós te amamos muito, para simplesmente esquecê-la — disse o meu pai, olhando-me tristemente.
            — Eu sei, mas estou morrendo, talvez essas sejam minhas últimas palavras, eu não posso deixar de agradecer vocês por tudo que fizeram por mim, e por não terem me deixado sozinha em momento algum, obrigado por serem os melhores pais do mundo. — Meu pai começou a chorar junto com a minha mãe, mas baixinho, como se não acreditassem que eu estava mesmo morrendo. Eu odiava fazê-los sofrer. Eles não merecem passar por isso, mas eu era tipo o alfa e o ômega no sofrimento deles.
— Está tudo bem querida, você pode ir descansar em paz — disse a minha mãe, soluçando no peito do papai. Me senti péssima por ser a causa do sofrimento deles, mas infelizmente era a minha realidade, e eu procurava me lidar com isso.
            — Está ficando cansada? Ela perguntou. Fiz que sim —durma um pouco —completou — Eu te amo, lembre-se disso.
            — Eu também o amo – disse por fim —Okay? – Eles apenas acenaram com a cabeça n rapidamente mergulhei num sono.


            Capítulo cinco


No meio da noite, acordei com fortes dores no pulmão na cabeça, fazendo-me gritar por ajuda. A dor era muita, parecia-me sufocar por dentro, me deixando com falta de ar. Senti que os meus pulmões estavam cheios de líquidos outra vez, e não conseguia mais respirar, meu mundo parecia que estava girando ao meu redor. Apertei o botão outra vez para chamar a enfermeira, que retornou praticamente correndo no quarto.
            —Aconteceu algo, Hazel? — Indagou ela. Mas nem precisei responder, apenas o meu olhar de súplica já foi o bastante. Minha visão logo ficou um pouco embaçada, mas consegui ver os médicos entrarem no quarto preocupados pelo que estava acontecendo. Em segundos já tinha muitos ao meu redor, tentando de tudo para que eu continuasse a viver por mais um tempo ou até segundos como sempre faziam.
            Meu coração estava batendo muito devagar, e os seus batimentos pareciam ser quase inexistentes. Encontrava-me sem fôlego, mesmo sob o cuidado de todas aquelas maquinas que me mantinham viva. Não sentia mais dores por causa da anestesia que tinham me dado. Mas parecia que tudo que ele estava tentado fazer, não estivesse fazendo a diferença alguma, eu ainda estava do mesmo jeito, e aos poucos, meu coração parecia está parando, e os meus pulmões não estavam funcionando mais. Os médicos tentavam me reanimar, fazendo uma cardiopulmonar para que eu não morresse, mas não havia nada que pudessem fazer, eu estava partindo, indo para o encontro do Gus, que me esperava ao lado da cama, segurando a minha mão, dizendo que tudo iria ficar bem, e eu acreditava, imensamente no que me dizia. A doença estava simplesmente cumprindo o que ela foi feita para fazer, e eu não a culpava mais, pois como Augustus uma vez tinha me dito, ela só estava tentando viver, mesmo que para isso, eu precisasse morrer. Enquanto o meu coração estava parando aos poucos, vi do outro lado de fora, pelo vidro do quarto, os meus pais chorando ao me verem morrer, e os médicos, que tentavam de tudo para que eu resistisse, apenas fazendo o que foram ensinados a fazer. Salvar vidas. Mas eu estava partindo, podia sentir o meu fim chegando, e mesmo sabendo disso, eu não tinha medo, pois estava indo para os braços de Augusto, e saber que ele me esperava para irmos ao nosso infinito, me deixava mais tranquila.
            —Hazel Grace, vai ficar tudo bem, eu irei estar aqui te esperando — Okay? —Disse o Augustus, segurando a minha mão.
            Eu balancei a cabeça concordando, meus olhos já pesados. Meu coração estava desacelerando, meus pais chorando de outro lado e os médicos cumprindo e que tenha que ser feito. Sorri diante de todos, e uma lagrima desceu no meu rosto, uma lagrima de alegria que inundava meu ser, pois finalmente não iria sofrer mais, e não iria mais causar dor a todos que estavam ao meu lado. Eu era uma granada, e já tinha explodido. De repente meu coração parou, e a última coisa que me lembrei, foi como eu tinha sido amada, e então esperei a escuridão me envolvesse, isso me permitiu sorrir para minha partida
                 —Okay, Augustus Waters. Iremos viver a nossa eternidade — E dei o meu ultimo suspiro.





FIM.






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